Cabo Bebeto repudia ação truculenta de retirada de banhistas e chama Renan Filho de ditador

O emprego abusivo e desnecessário da força policial para retirar famílias que estavam na praia do Francês, foi repudiado pelo deputado estadual Cabo Bebeto, na sessão da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), desta terça-feira, dia 15.

O deputado lembrou o fato registrado no último domingo (13) e divulgado em diversos vídeos que circularam nas redes sociais, onde viaturas e o helicóptero da Polícia Militar aparecem retirando homens, mulheres e crianças que estavam na praia, alguns certamente em seu único momento de lazer.

Cabo Bebeto defendeu que o aparato utilizado é para operações de combate a quadrilhas de assaltantes, traficantes, mas não para tirar as pessoas da praia. “Certamente uma dupla de policiais conseguiria retirar os banhistas”.

“Fui, sou e serei sempre o grande defensor de quem faz a Segurança Pública e sucessivamente puxei para mim demandas que eram coletivas, no entanto, sempre disse que o cidadão é nosso maior cliente. Devemos servir primeiro à população e não a nenhum governo”, acrescentou.

É muito bom para um ditador impor a sua vontade quando sobra para o “peão” assumir todo o problema, alertou o parlamentar, pedindo que os PMs reflitam sobre a forma como vão executar alguma determinação.

Cabo Bebeto externou seu repúdio e disse que esse é um modelo ditatorial que está sendo implantado de forma bem sutil.

Em aparte, o deputado Davi Maia (Democratas) condenou a “hipocrisia absurda que ronda o governo Renan Filho e a pré-campanha que ele faz diariamente. O uso excessivo da força do Estado também é um crime”.

As ações excessivas para demonstrar obediência ao decreto governamental ocupando várias viaturas e helicópteros também foram criticadas pelo deputado Chico Tenório (PMN), que aparteou a fala do Cabo Bebeto e pontuou que “esse aparato deveria ser usado para combater o crime e não uma transgressão”.

Também em aparte, a deputada Jó Pereira (MDB) ressaltou que gostaria de ver essa mesma força e vontade para evitar as aglomerações dentro do transporte público coletivo, onde as pessoas sequer estão ao ar livre, nem têm a possiblidade de escolher se vão entrar num ônibus lotado, porque estão indo trabalhar e garantir o seu sustento. “Precisamos centrar no que é prioridade para a coletividade. O ônibus pode e a praia não pode?”, questionou.

Mostrando indignação com a ação truculenta da polícia, e em aparte à fala do deputado Cabo Bebeto, Antônio Albuquerque (PTB) descreveu a ação como “ridícula, uma forçação de barra de políticos fracassados, de pessoas que insistem em querer aparecer para a opinião pública. Foi uma ofensa às famílias que estavam lá, usando uma força policial desproporcional e violenta”.

Texto: Gabriela Flores

Foto: Ascom/ALE