Candidato a governador tampão, Cabo Bebeto rechaça era dos Calheiros e afirma: “Se o estado prosseguir nesse ciclo, a população continuará sofrendo”

O deputado estadual Cabo Bebeto, candidato a governador tampão de Alagoas, em seu discurso na sessão especial da eleição suplementar, realizada neste domingo, 15, na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), rechaçou a gestão dos Calheiros e lamentou o abandono que Alagoas sofreu durante os sete anos da gestão do ex-governador.

O parlamentar iniciou seu pronunciamento afirmando que não é novidade o seu posicionamento contra a dominação dos Calheiros na política alagoana, sendo essa uma das razões que o levaram a se candidatar ao cargo de governador tampão, mesmo sabendo da sua “improvável vitória” e acrescentou que tem “plena convicção de que, se o estado prosseguir nesse ciclo, a população continuará sofrendo com gestões baseadas em manipulações e propagandas visando somente a ascensão do político, criando uma falsa narrativa de avanço”.

Saúde

Promessas não cumpridas, mentiras e descaso. Foi assim que Cabo Bebeto retratou a gestão do ex-governador e recordou os discursos feitos onde o ex-chefe do executivo citava melhorias nos setores da saúde, segurança e educação.

Cabo Bebeto relatou a entrega de hospitais inacabados, e as constantes denúncias de falta de insumos e medicações, assim como a dura luta dos profissionais da saúde contra salários defasados.

Segurança Pública

“A segurança pública foi outra área que sofreu nessa gestão”, lembrou Cabo Bebeto, abordando a luta que foi a recente aprovação do QO dos policiais e bombeiros militares, um pedido antigo que somente no último mês da atuação do ex-governador foi atendido.

Cabo Bebeto falou também da angústia das mais de 500 famílias dos aptos nos concursos de 2017, onde nas lives Renan Filho prometia convocar os aprovados “e até hoje não passou de promessa, destruindo os sonhos de centenas de cidadãos”.

“De fato, foi um dos piores gestores para os concurseiros” e lamentou que Alagoas é um dos poucos estados que não teve reserva técnica nos concursos da segurança, saúde e educação.

Educação

Na área da educação, o deputado assegurou que temos um dos piores Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), no cenário nacional e no Nordeste. São docentes insatisfeitos com salários defasados e péssimas condições de trabalho, várias escolas com problemas estruturais, baixo aprendizado, alta evasão escolar, alto número de analfabetismo, resultados decepcionantes em pesquisas nacionais e exames de avaliação, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Porém, o mais indignante é que o ex-governador no lugar de buscar soluções para os problemas desse setor, preferiu maquiar a imagem do ensino público estadual, oferecendo auxílios de até R$ 2 mil para os alunos passarem de ano e concluírem o ensino médio. No entanto, está havendo problemas até no pagamento desses auxílios. Diversos estudantes denunciaram à imprensa a falta de pagamento do benefício Cartão Escola 10.

São inúmeros os prejuízos dos alagoanos dentro dessa gestão onde infelizmente não tiveram sequer o básico.

“Minha candidatura ao cargo de governador-tampão representa a insatisfação com esse tipo de política”, afirmou Cabo Bebeto ressaltando que é preciso que nas maiores crises lembremos que a sociedade é formada por pessoas que precisam trabalhar todos os dias para garantir sua sobrevivência, pois nem todos têm seus salários fixos e garantidos pelo estado, reconhecendo que é o setor privado, o autônomo ou o grande empresário que sustenta toda a máquina.

Cabo Bebeto encerrou seu pronunciamento falando da responsabilidade com as contas públicas e disse que “o estado tem que ser parceiro e não o feitor” defendendo uma Alagoas livre e para todos.

Texto: Gabriela Flores e Erika Braz

Foto: Ascom ALE