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Cabo Bebeto
Deputado Estadual

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Cabo Bebeto critica PL de ‘premiação’ de estudantes e diz que medida é “política rasteira que não liberta e não agrega”

O anúncio do governo de Alagoas ofertando “recompensas” financeiras a estudantes da rede pública estadual foi criticado por parlamentares durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Alagoas desta terça-feira, dia 23. Cabo Bebeto defendeu que, fazendo isso, o governo simplesmente foge de sua obrigação, que é realizar um trabalho de educação e conscientização da população, mostrando aos jovens as vantagens de concluírem o ensino médio e partirem para um nível superior.

O parlamentar alertou que, de forma sutil, o governador tenta jogar a população contra a Casa de Tavares Bastos quando diz que a aprovação na Assembleia é urgente e, se não acontecer esse ano, ele não poderá pagar os R$ 500 a quem voltou às aulas, os R$ 100 por mês aos alunos que estiverem frequentando as aulas e os R$ 2.000 aos alunos que concluírem o ensino médio. “O governador joga a população contra a Assembleia dizendo que ‘sempre tem alguém que não vai querer deixar a meninada receber’. Essa atitude é sorrateira, baixa e covarde, porque joga com a necessidade financeira das pessoas para fazer uma política barata”, acrescentou o deputado.

Cabo Bebeto defendeu a independência da ALE e explicou que é contra a premiação da maneira como foi sugerida. “Acho que o aluno ganha muito mais tendo responsabilidade e consciência da importância do estudo para seu futuro”.
De acordo com dados do Censo 2020, o impacto financeiro do PL será de cerca de R$220 milhões, divididos entre R$52 milhões com os alunos que voltarem às aulas, com os premiados pela pela assiduidade, R$ 123 milhões, e pela aprovação, R$45 milhões.

“Infelizmente, essa atitude nada mais é do que a continuidade de uma política rasteira que não liberta e não agrega. Esse é o perfil de Renan Filho, que não deixa o alagoano olhar para frente”, lamentou Cabo Bebeto.

Apartes

O deputado Davi Maia (DEM) aparteou o discurso e destacou que o estado continua com 20% de analfabetos e os “sofríveis” índices do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Esse é o governador de discurso e falácia”, observou Maia, falando ainda que “queria morar no Instagram de Renan Calheiros”.

Jó Pereira (MDB) comentou que o estado precisa de uma política pública estruturada de busca ativa e insistiu na necessidade do plano estadual de educação como instrumento de planejamento. “A educação é a coluna vertebral que estrutura todo o desenvolvimento social de Alagoas”.

Antônio Albuquerque (PTB) mencionou que “esses penduricalhos muitas vezes servem mais para viciar, tornar segmentos ociosos, dependentes, inoperantes e irresponsáveis do que estimular a que sejam producentes e preparados para a melhoria da qualidade de vida pessoal e da sociedade”.

Francisco Tenório (PMN) considerou que faltou planejamento na educação e questionou se os secretários que ocuparam a pasta seguiram o projeto já aprovado pela ALE.

Texto: Gabriela Flores

Foto: Igor Pereira